Já faz em torno de 7 meses que utilizo o Linux, considerando o momento em que escrevo este post. Mudou a forma como enxergo os sistemas operacionais, vi que o Windows não é a única opção, conheci o open-source e alternativas gratuitas a softwares pagos. Hoje, faço um breve resumo sobre o que eu aprendi até o momento e o que posso avaliar.
Um pouco da minha relação com o Linux
Antes de 2024, eu era usuário 100% Windows. Nunca tive qualquer experiência com Linux ou MacOS. A maior parte da minha vida como usuário de Desktop foi no Windows 10, embora já tenha utilizado os Windows XP, 7 e 8.1 (eu ainda não utilizei o W11). Apesar de até então ter utilizado exclusivamente o sistema da Microsoft, eu não era aquele usuário leigo que não sabe o que está fazendo e entra em pânico quando abre uma tela diferente do acostumado, mas também não podia me considerar como técnico ou especialista no assunto.
Houveram dois motivos para que eu possa ter começado a utilizar Linux: primeiramente, estava concorrendo a vagas de estágio na Unicamp, e uma das principais exigências era o Linux. O segundo motivo era que eu tinha (e ainda tenho) um PC All in One da LG, que após a 2a reinstalação onde eu coloquei um SSD, apareceu aquela velha marca d’água do Windows e não queria ver aquilo toda vez que usar.
Sendo assim, em janeiro de 2024, não me lembro o dia, comecei a instalação de um novo sistema operacional, diferente de tudo que já havia utilizado: O Ubuntu 22.04 LTS. Para começar, criei um pendrive bootável com a imagem iso do Ubuntu. Instalei sabendo que não voltaria atrás para o Windows. De início, explorei o sistema, e depois comecei a aprender os primeiros comandos do terminal do Linux, como ls, mkdir, cat e cd.
Como disse anteriormente, estava concorrendo a vagas de estágio. Acontece que eu consegui um estágio na Unicamp, mais especificamente no Labjor (e é daqui que eu escrevo este post, inclusive também aprendi sobre WordPress, que é utilizado neste site, se eu não tivesse aprendido a mexer em WordPress não estaria escrevendo este post). No primeiro dia de estágio, fui apresentado ao Xubuntu, que é basicamente um Ubuntu com um ambiente gráfico diferente e mais leve. Aos poucos, fui aprendendo novos comandos no terminal, inclusive acessando máquinas remotamente com o comando ssh.
O tempo passou, utilizava o Xubuntu todos os dias, mas achava a interface feia e muito simples. Passei a modificar ícones, barra de tarefas, até que meu supervisor André percebeu e falou para mim testar o Kubuntu, novamente uma flavour do Ubuntu que utilizava ambiente gráfico KDE. Gostei muito do KDE, mas estava um pouco receoso em reinstalar o sistema, com medo de perder os arquivos e os acessos às máquinas que utilizava.
Com o tempo, fui aprendendo mais e mais sobre Linux e suas distribuições, fazendo minha vontade de mudar de distro aumentar cada vez mais. Até que decidi fazer backup de alguns arquivos (que não eram muitos) para uma máquina que utilizo muito. Parti então para a instalação do Debian 12, um sistema considerado “pai do Ubuntu” e que serve de base para muitas outras distribuições Linux, já que ele é bastante estável. Um ponto bom do Debian é que na instalação, há a possibilidade de escolher o ambiente gráfico que deseja utilizar. Inicialmente testei com GNOME, mas eu simplesmente odiei, e depois de alguns minutos, fiz uma reinstalação com KDE, que tive experiência no teste do Kubuntu.
Acontece que amei utilizar Debian com KDE, tanto utilizo até hoje. Quando comecei a utilizar 2 monitores, lotei o desktop de widgets, e configurei para trocar o wallpaper todos os dias, com o monitor da esquerda mostrando a imagem do dia da NASA e o da direita mostrando a imagem do dia do Bing. Estou adorando, porém mais em breve quero testar novas distros, até que eu consiga utilizar o tão sonhado Arch Linux, que é voltado para usuários experientes.

Comparando todos os Linux que já utilizei
Ubuntu
Como eu falei anteriormente, minha primeira distribuição Linux que utilizei foi o Ubuntu, na versão 22.04 LTS. Quando instalei, achei muito diferente do Windows 10. Ele utiliza o ambiente gráfico do GNOME. O GNOME é um dos ambientes gráficos mais populares, mas que tem muitas críticas por seus itens estarem em uma aba separada, as vezes não permitindo colocar ícones na área de trabalho, no máximo a pasta pessoal do /home. Isso não atrapalha a experiência do Ubuntu, desde que os aplicativos sejam acessíveis de uma barra de tarefas. Outro ponto a se destacar são seus requisitos de hardware, que embora não seja tanto quanto o Windows, é um dos Linux mais exigentes nessa parte (ele exige um processador Dual-Core com frequência de pelo menos 2GHz, 4GB de RAM e 25GB de espaço livre).
No geral, o Ubuntu é um sistema bem completo, sendo um dos melhores para quem deseja começar no mundo Linux, já que é só instalar e usar. Os únicos poréns dele acabam ficando por conta dos requisitos e do GNOME, embora a questão do ambiente seja questão de gosto e adaptação.
Xubuntu
O Xubuntu é uma flavour do Ubuntu, ou seja, a única diferença em relação ao seu “irmão” é o ambiente gráfico. Ele utiliza o XFCE, que é mais leve. Isso faz o sistema exigir muito menos do hardware, logo seus requisitos mínimos são bem inferiores ao do Ubuntu (praticamente qualquer CPU Intel ou AMD 64 bits, com 1 ou 2GB de RAM e 10 a 20GB de espaço livre em disco). Seu único ponto fraco é a interface: ele pode parecer feio e simples para muitos.
Kubuntu
Novamente uma variante do Ubuntu onde a única diferença notável é o ambiente gŕafico. O Kubuntu utiliza o KDE, que é um dos ambientes mais bonitos e customizáveis, na minha opinião. São muitas opções de widgets, wallpapers e estilos das janelas. No entanto, isso tem um preço: ele pode sofrer para rodar bem nas máquinas mais modestas, embora os requisitos sejam praticamente os mesmos do Ubuntu.
Debian
Chegamos ao “pai do Ubuntu” e sistema operacional que utilizo no meu dia a dia no estágio. Uma das distribuições Linux mais antigas e populares (foi criado em 1993). Ele se destaca por ser um dos sistemas mais estáveis do mundo Linux (desde que você instale a versão estável, até porque também existem as versões híbrida e instável). Na minha opinião, ao lado da estabilidade, seu principal ponto é de poder escolher o ambiente gráfico na instalação, e olha que são muitas opções (se isso existisse no Ubuntu, praticamente mataria todas as suas variates). A mesma imagem utilizada para instalar em um desktop também permite uma instalação de um servidor.
É claro que nem tudo são flores: sua instalação pode ser um pouco mais complicada para iniciantes, embora tenha guias na internet. Além disso, diferentemente das versões do Ubuntu citadas acima, não tem possibilidade de testar o sistema. Mas na minha opinião, o pior ponto do Debian é a necessidade de configurar o arquivo sources.list, que está dentro de /etc/apt. Caso não configure o arquivo, não será possível instalar nada via terminal ou loja de aplicativo.
Linux vs Windows
Ao final desta comparação de distribuições Linux, vamos fazer uma comparação geral com o Windows.
O Windows é amplamente mais utilizado que o Linux, sendo o sistema de Linus Torvalds utilizado por usuários mais experientes, embora qualquer um consiga utilizar distribuições mais amigáveis e voltadas para iniciantes como o Ubuntu. A medida que se obtém experiência, pode-se migrar para distros mais avançadas, sendo a mais complexa e
Por ser muito mais utilizado, logo o sistema da Microsoft é muito mais conhecido. Porém, isso significa que ele é mais vulnerável a malwares, e por mais que também existam alguns programas maliciosos no Linux, seus usuários mais experientes sabem se prevenir de ataques por meio de alguns hábitos, que se aplicam a praticamente qualquer sistema operacional.
A fama do Windows faz com que ele tenha muito mais aplicativos disponíveis. Já no outro, será possível encontrar na grande maioria das vezes programas gratuitos, pois boa parte dos softwares de Linux são desenvolvidos pela comunidade e são de código aberto, embora também seja possível encontrar alternativas gratuitas a programas famosos disponíveis apenas no Windows (um grande exemplo é o LibreOffice, versão gratuita do velho conhecido Microsoft Office).
Em relação a jogos, historicamente o Linux nunca foi considerado muito bom para jogar, pois praticamente todos os games para PC são desenvolvidos pensando no Windows. No entanto, a comunidade vem se esforçando e criando projetos para colocar os games no Linux e guiar os usuários que querem jogar no sistema, sendo um grande exemplo o ProtonDB. Lá, é possível consultar quais games rodam ou não no Linux.
No geral, apesar de o Windows ser historicamente mais conhecido e disposto de mais softwares, o Linux está melhorando a cada dia, sendo cada vez mais uma boa alternativa ao sistema da Microsoft.